Ensinar

"Ensinar não é transferir conhecimento..." Paulo Freire

Aprender

"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses." Sócrates

Conhecer

Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros." Bill Gates
 

sábado, outubro 13, 2007

Agradeço a presença de tantos amigos virtuais que fazem desse espaço a realidade de um sonho interativo.
Peço desculpas por não ter tido tempo de atualizar os estudos e nem de responder a todos os que aqui tem vindo. Sempre que consigo alguns segundos de madrugada me esforço para retribuir tanta atenção e carinho, mas confesso que não tem sido fácil.
Em breve termino meu curso e terei tempo para nós todos.
Gostaria que os amigos que deixam recados e principalmente os que pedem sugestões e materiais, lembrem-se de deixar o e-mail, ou fica impossível nossa comunicação.
Abraços...

terça-feira, julho 17, 2007

EDUCAR

É necessário que as instituições de educação infantil incorporem as funções de educar e cuidar, associadas a padrões de qualidade, que considerem as crianças nos seus contextos sociais, ambientais, culturais, nas interações e práticas sociais para a construção de uma identidade autônoma. A instituição precisa ter papel socializador, que propicie o desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de aprendizagens diversificadas, realizadas em situações de interação. Educar, nesse contexto, significa propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada, que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Nesse processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis.

segunda-feira, julho 16, 2007

CONSTRUINDO O CONHECIMENTO

No processo de construção do conhecimento, as crianças se utilizam das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. As crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem, se esforçando por compreendê-los e expressando por meio de brincadeiras as condições de vida a que estão submetidas, seus anseios e desejos. O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação. Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais. Embora os conhecimentos derivados da psicologia, antropologia, sociologia, medicina etc. possam ser de grande valia para desvelar o universo infantil apontando algumas características comuns de ser das crianças, elas permanecem únicas em suas individualidades e diferenças.
A concepção de construção de conhecimentos pelas crianças em situações de interação social foi pesquisada, com diferentes enfoques e abordagens, por vários autores, dentre eles: Jean Piaget, Lev Semionovitch Vygotsky e Henry Wallon. Nas últimas décadas, esses conhecimentos que apresentam tanto convergências como divergências, têm influenciado o campo da educação. As teorias construtivistas preconizam tanto a ação do sujeito, como o papel significativo da interação social no processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança.
A criança

A concepção de criança muda ao longo dos tempos, portanto não se apresenta numa forma homogênea em nenhuma sociedade e/ou época, sendo possível que em uma mesma cidade existam diferentes maneiras de se considerar as crianças pequenas dependendo da classe social a qual pertencem, do grupo étnico do qual fazem parte. Boa parte das crianças pequenas brasileiras enfrentam um cotidiano bastante adverso que as conduz desde muito cedo a precárias condições de vida e ao trabalho infantil, ao abuso e exploração por parte de adultos. Outras são protegidas de todas as maneiras, recebendo de suas famílias e da sociedade em geral todos os cuidados necessários ao seu desenvolvimento. Essa dualidade revela a contradição e conflito de uma sociedade que não resolveu ainda as grandes desigualdades sociais presentes no cotidiano. A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca. A criança tem na família um ponto de referência fundamental. As crianças possuem uma natureza singular, sentindo e pensando o mundo de um jeito só delas.
Privilegiando as necessidades emocionais

A preocupação com o desenvolvimento emocional da criança pequena resultou em propostas nas quais os profissionais deveriam atuar como substitutos maternos. Outra tendência foi usar o espaço escolar para o desenvolvimento de uma pedagogia relacional, baseada exclusivamente no estabelecimento de relações pessoais intensas entre adultos e crianças.

Privilegiando o desenvolvimento cognitivo

O termo "cognitivo" ora aparece ligado ao desenvolvimento das estruturas do pensamento (capacidade de generalizar, recordar, formar conceitos e raciocinar logicamente), ora se referindo a aprendizagens de conteúdos específicos.
O desenvolvimento das capacidades cognitivas do pensamento humano mantém uma relação estreita com o processo das aprendizagens específicas que as experiências educacionais podem proporcionar.
A elaboração de propostas educacionais, veicula necessariamente concepções sobre criança, educar, cuidar e aprendizagem, cujos fundamentos devem ser considerados de maneira explícita.

sábado, julho 14, 2007

Concepção assistencialista do cuidar na Educação Infantil

Grande parte das instituições de Educação Infantil do Brasil nasceram com o objetivo de atender exclusivamente às crianças de baixa renda, como estratégia para combater a pobreza e resolver problemas ligados à sobrevivência das crianças, justificando atendimentos de baixo custo, com escassez de recursos, precariedade de instalações, formação insuficiente de seus profissionais e alta proporção de crianças por adulto. O atendimento era entendido como um favor oferecido para poucos. A concepção educacional era marcada por características assistencialistas, desconsiderando as questões de cidadania ligadas aos ideais de liberdade e igualdade. Para modificar essa concepção assistencialista faz-se necessário atentar para várias questões que envolvem assumir especificidades da educação infantil e rever concepções sobre a infância, as relações entre classes sociais, responsabilidades da sociedade e o papel do Estado diante das crianças pequenas. Há práticas que privilegiam os cuidados físicos, partindo de concepções que compreendem a criança pequena como carente, frágil, dependente e passiva, e que levam à construção de procedimentos e rotinas rígidas, dependentes todo o tempo da ação direta do adulto, o que resulta em períodos longos de espera entre um cuidado e outro, sem respeitar a singularidade e a individualidade de cada criança. Essas concepções tolhem a possibilidade da criança tornar-se independente e de aprender sobre o cuidado de si, do outro e do ambiente.
Em outras concepções o cuidado é compreendido como sendo referente à proteção, saúde e alimentação, incluindo as necessidades de afeto, interação, estimulação, segurança e brincadeiras que possibilitem a exploração e a descoberta.

PCNs da Educação Infantil

Estudo dos PCNs da Educação Infantil - Volume I

A Educação Infantil se expandiu no Brasil e no mundo para acompanhar a intensificação da urbanização, a participação da mulher no mercado de trabalho e as mudanças estruturais das famílias e a sociedade se tornou mais consciente da importância da primeira infância.
O atendimento às crianças de zero a cinco anos é reconhecido na Constituição Federal de 1988, passando a ser, um dever do Estado e um direito da criança (artigo 208, inciso IV). O Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, destaca também o direito da criança a este atendimento. Reafirmando essas mudanças. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei no 9.394/96 estabelece o vínculo entre o atendimento às crianças de zero a cinco anos e a educação, o que merece um post a parte.
A educação infantil é considerada a primeira etapa da educação básica (título V, capítulo II, seção II, art. 29), tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade (quando ela foi feita ainda não existia o ensino fundamental de nove anos).
A função dos PCNs é contribuir com as políticas e programas de educação infantil, socializando informações, discussões e pesquisas, subsidiando o trabalho educativo de técnicos, professores e demais profissionais da educação infantil e apoiando os sistemas de ensino estaduais e municipais.
Os PCNs da Educação Infantil foram escritos como referenciais e orientações pedagógicas para os profissionais docentes da educação infantil. Os professores podem utilizá-los para consultas, anotações, elaboração de projetos e discussões entre seus colegas e os familiares das crianças que atende. E como referencial, é uma proposta aberta, flexível e não obrigatória, que pode subsidiar os sistemas educacionais, favorecendo o diálogo, só tendo sentido se traduzir a vontade dos sujeitos envolvidos com a educação das crianças.
Considerando-se as especificidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas das crianças de zero a cinco anos, a qualidade das experiências oferecidas que podem contribuir para o exercício da cidadania devem estar embasadas nos seguintes princípios:
  • o respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas em todas as suas diferenças;
  • o direito das crianças a brincar, como forma de expressão, pensamento, interação e comunicação;
  • o acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, pensamento, interação social, ética, estética e comunicação;
  • a socialização das crianças;
  • o atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade.

A criança tem direito, antes de tudo, de viver experiências prazerosas nas instituições.

Agradecimento aos visitantes

Agradeço a tantas visitas que tive até hoje. São pessoas como vocês, que deixam comentários tão encorajadores que me fazem querer continuar partilhando... Muito obrigada!
Para compensar tanto carinho resolvi ser mais pontual com minhas postagens, iniciando pelo estudo dos PCNs da Educação Infantil.

Alfabetizando

terça-feira, maio 01, 2007

Iniciando a alfabetização
Sabemos que a escrita mais significativa para uma criança é o seu nome. Portanto é dele que iremos partir.
Embora iniciando a sistematização da escrita e da leitura com o nome, precisamos deixar na sala um ambiente letrado. Inspirada na "Escola da Ponte", de Portugal, colo na sala, por todos os lados possíveis, escritas. PORTA, JANELA, MAÇANETA, PAREDE, MURAL, CADEIRA, CARTEIRA, MESA, ARMÁRIO, RODAPÉ, CHÃO , TETO, VENTILADOR, INTERRUPTOR, assim por diante. Sempre com letras garrafais, que são melhores para serem visualizadas. Quando os alunos já estão lendo a cursiva e fazendo a transcrição, ou usando letras maiúsculas, costumo trocar essas letras aos poucos.
Deixo livre nos primeiros dias, a percepção deles quantos às palavras encontradas, muitos se vangloriam de suas pseudoleituras, que é quando a criança acha que leu, mas sabemos que ela está "adivinhando", deduzindo o que está escrito.
Podemos contar o número de letras de cada palavra, se alguma começa ou termina com o som, ou a letra iguais, se têm muitas letras diferentes, se conhecem alguma, podem escrever, ou desenhar se quiserem.
É importante que essas palavras fiquem até o final do ano, portanto podem ser trocadas no decorrer do mesmo, use material barato, como cartolina, ou plastifique com contact, plástico comum ou mesmo parafina.
Gostaria de me desculpar com os leitores, pela ausência prolongada e pela falta de posts realmente referentes à alfabetização. Estive fora da sala de aula e permanecerei assim por um tempo. Tempo esse que está sendo investido em estudos que refletirão em minha prática posteriormente. Tentarei cumprir minha proposta começando por hoje. Mas alerto de que não será fácil e que terei que escrever devagar. Espero poder contar com a compreensão de vocês.

Cartão do comportamento

domingo, abril 22, 2007

Cartão do comportamento


Professor responsável: Erika Araújo Uhlemann Corrêa.

Alvo: alunos da turma de 7 anos E.

Duração: 6 meses – segundo semestre.

Material: cartões de cartolina, adesivos, brinquedos pedagógicos, material escolar (lápis, borracha, régua, cola, tesoura).

Objetivos:Elevar o autoconceito dos alunos.

Propiciar a turma a:

· Valorizar a inteligência como uma qualidade inerente ao homem.

· Conscientizar-se de que a liberdade é a capacidade de escolher e que as escolhas feitas podem nos ajudar ou nos prejudicar.

· Ter preocupação com a comunicação nos diálogos, fazer-se entender e procurar entender os outros.

· Valorizar a cooperação como forma de dar qualidade à comunicação.· Se preocupar em fazer feliz ao próximo para se sentir feliz também, compreendendo que vivemos em sociedade.

· Conservar os livros do acervo da classe e da biblioteca e demais materiais escolares.· Respeitar as regras de conduta para dentro e fora da sala de aula.

· Verificar e avaliar o cumprimento das regras de conduta para dentro e fora da sala de aula.· Ter preocupação com a qualidade das produções escritas próprias, tanto no que se refere aos aspectos textuais como a apresentação gráfica.

· Valorizar a escola como um lugar especial que ajuda a desenvolver a inteligência, a liberdade e o amor, bem como se dispor a colaborar para manter o bom ambiente nela, sentindo-se também responsável por sua limpeza e conservação.

Justificativa:A turma de 7 anos E é muito imatura e indisciplinada, além de haver dificuldade e defazagem de ensino na maioria dos pequenos. Consideramos que a maioria dos pais, pela ausência que demonstram na educação de seus filhos, não comparecendo em reuniões ou quando são chamados na escola, não auxiliando as crianças com os estudos, não se certificando da presença dos filhos na escola, não são parceiros na educação escolar. Portanto surgiu a necessidade de auxiliar os alunos a se conscientizarem da sua participação na escola e na sociedade, demonstrando os benefícios de um bom comportamento, do desenvolvimento da criticidade, do saber falar e fazer para o bem comum. Estabelecemos as regras duas vezes no ano. Uma no início e outra no segundo semestre, visto que pareciam ter se esquecido dos combinados. Tentamos de várias formas resolver os problemas de comportamento. Planejamento com atividades diferentes, lúdicas, escritas, orais, com música, com desenho, com dobradura, histórias... Pois esse foi o primeiro pensamento, se não prestam atenção é porque não estão interessadas o suficiente. Mas para algumas crianças, nada parece motivar. Há alunos que brincam e brigam em qualquer situação. Tentamos as legendas de comportamento com o "cantinho do pensamento", sugerido pela "Super Nanny", mas não deu resultado. Tentamos premiar os melhores... Sempre os mesmo que ganhavam... Portanto não conseguimos atingir os que almejávamos. Tentamos misturar as crianças nos grupos. O que não funcionou. Elas atrapalhavam o grupo e acabaram excluídas. Então numa busca incessante encontramos um texto da Revista do Professor, jul/set - 2006, que se intitula Indisciplina na sala de aula, de Antônio Maria Veloso Bento, Doutor em Educação e professor de uma escola em Portugual. Consideramos relevantes as sugestões dele e resolvemos tentar, afinal temos a convicção de que em educação nada é rígido, nem pronto. Temos que saber de tudo, porque não sabemos o que dará certo com cada criança, pois elas são únicas. O plano para a indisciplina não será igual ao da revista, pois são realidades diferentes, ele se baseará no condicionamento de Skiner, o qual deixa claro que não devemos acentuar os comportamentos negativos e que precisamos exaltar as boas atitudes dos alunos.Pretendemos com isso desenvolver um trabalho formativo e não punitivo.

Metodologia:Observar a turma e fazer uma lista dos comportamentos que desejo que modifiquem. Escolher poucos para serem trabalhados no início. Atentar para o que acontece antes desse comportamento e imediatamente depois, para perceber o que reforça a atitudes deles e tentar mudar. Propor uma lista de prêmios, relacionados a coisas que eles gostam para presenteá-los conforme a conquista dos comportamentos positivos.entregar atividade,levar um dos livros de Literatura da professora, emprestado, para casa,apagar o quadro,buscar água para o filtro,recolher atividade,ajudar a professora,adesivo,brinquedo pedagógico,material escolar.Entregar a cada uma das crianças um cartão. Cada comportamento positivo ela marca uma cruz. Com três cruzes ela escolhe um prêmio. Elogiar sempre o aluno quando lhe entregar o prêmio citando, em detalhe o comportamento que lhe permitiu isso. Deixar que escolham o prêmio. Lembrar o aluno de quando ele deve realizar esse comportamento (principalmente se perceber que depois de combinado o comportamento estiver sendo inadequado), descrevendo como ele deve fazer e assegurando minha confiança na capacidade dele para o feito. Explicar o sistema para a sala e pedir a colaboração de todos.Dar tarefas fáceis no início para que ganhem confiança em si mesmos. O prêmio deve ser imediato à ação. Se eles conseguirem se comportar por um dia inteiro, oferecer uma história para a turma pelo bom comportamento deles, deixando isso bem claro para todos. Presentear a turma toda para encorajar os outros alunos e reforçar o sucesso dos que estão se comportando. Manter o plano todos os dias, para garantir resultado.Ignorar o comportamento negativo. Quando eles fizerem algo errado elogiar outra criança que está fazendo justamente o contrário, e/ou, lembro-lhes o correto, dizendo que queremos que façam o certo (referindo-nos diretamente ao assunto) para que nos ajudem com alguma coisa, e logo que recomecem, elogiar reforçando o bom comportamento. Se houver resistência ao plano, conversar com eles e lhes dar uma chance para pensar, por tempo determinado.Avaliação:Antes eu dizia para o aluno que estava se comportando mal que eu ficaria feliz ou que ele era bonito quando agia de outra forma, e especificava qual. Também dava os prêmios só no final da semana. Agora o projeto auxiliou muito, as mudanças foram positivas. Já que estamos usando muito o relógio para determinar o tempo das atividades, o controle do tempo garantiu uma participação mais efetiva dos alunos nas atividades. Não querem que o grupo saia prejudicado, ou que alguém fique chateado com eles. Salvo o grupo que ainda tem dificuldades em se comportar em sala de aula, ou de considerar o coletivo. Penso que antes de tentar compreender teoricamente o porquê eles agem dessa ou daquela forma, devemos agir. Não podemos perder tempo com justificativas, ou desculpas pelo trabalho não ser feito. Temos que ter compromisso e ensinar isso a eles. Não que vá deixar de tentar entender os motivos que os levem a esse comportamento tão indesejado e desagradável. Mas, consideramos que o trabalho deve ser feito apesar de não saber a fundo dos motivos que os levam a agir dessa forma. No início as cruzes eram só para os alunos que tinham muita dificuldade em se comportar e de realizar atividades. Mediante reclamação de alguns alunos que faziam tudo e acharam injusto não participar das premiações, o cartão foi instituído pra todos. Alguns perdiam o cartão, que era reposto só nas segundas-feiras. Como muitos sujavam, rasgavam e amassavam os cartões, no começo ganhavam cruz pela boa conservação desse. Já no começo do quarto bimestre o cartão passou a ter cinco cruzes, para trocar em um prêmio, porque o avanço tanto de participação como de disciplina em sala pelos alunos foi tão grande que as cruzes eram ganhas mais facilmente. O mais bonito do trabalho foi ver muitos alunos preferindo ajudar a ganhar presente. Essa sem dúvida foi a parte mais gratificante. A única coisa que não conseguimos foi o que dependia dos pais, como as tarefas feitas e os estudos em casa. Porém em sala o projeto surtiu o efeito esperado.

Que letra uso para alfabetizar?

sábado, janeiro 27, 2007

Você pode estar se perguntando o que tudo isso postado aqui tem a ver com alfabetização. Lhe informo que TUDO. A criança precisa de ter noção do próprio corpo, do mundo que a cerca para entender a folha do caderno, a letra que ela irá traçar. Falando em letra, ponderemos o uso de qual tipo é adequado à alfabetização.
A letra bastão ou de fôrma maiúscula, cujas formas são mais simples, oferecem maior facilidade no traçado de crianças menores que ainda não desenvolveram a coordenação motora fina para a escrita. É mais indicada para letrar os alunos porque aparece em embalagens, livros, teclas do computador, jornais, revistas, ônibus, placas de rua, cartazes e em muitos outros lugares. É parte da vida cotidiana da criança e é reconhecida facilmente. A escrita é mais lenta do que a cursiva pelo movimento de se tirar o lápis do papel repetidas vezes. A criança pode ter dificuldades em passar para a cursiva depois.
A letra cursiva tem o traçado mais difícil e aparece só em bilhetes, cartas, nos cadernos dos colegas ou no quadro usada pela professora. Ajuda a criança a distinguir palavras reconhecendo-as separadas. É mais rápida pois o traço é contínuo. Quem a aprende tem mais facilidade para traçar a letra bastão, porém pode atrasar o ensino da escrita e da leitura, por exigir mais das crianças.
Como podem observar os dois tipos de letra trazem benefícios e dificuldades. Há professores que usam uma ou outra e os que usam as duas juntas. Particularmente em uma turma de sete anos opto por usar as duas, a bastão para ler e a cursiva para escrever, mas na turma de seis anos sou favorável ao uso da letra bastão. Aconselho no segundo semestre, quando os alunos já estejam quase ou totalmente alfabetizados usar o caderno de caligrafia e transpor a escrita da letra bastão para a cursiva. Durante o primeiro semestre a letra cursiva pode ser dada de diversas formas, mas não precisa ser cobrada. A criança poderá associar e entender melhor a utilidade da escrita com a letra bastão, já que essa aparece em diversos lugares e têm funcionabilidade maior e mais comum para sua vida. Importante ressaltar que é normal a confusão entre os dois tipos de traçado quando a criança se acostuma com uma ou outra forma de escrever. A paciência e o incentivo são instrumentos poderosos o tempo todo, pois é normal da idade o não querer errar e a insegurança é uma constante. Costumo colocar cartazes com todos os tipos de letra associados a desenhos, com palavras geradoras e sílabas provenientes dessas palavras, acima do quadro. Não é necessário esconder a letra dos alunos. Pelo contrário. Não trabalhar com a cursiva no início não significa negar a sua existência. Normalmente em atividades que envolvam o traçado dessas letras as crianças fazem associações sozinhas... "Tia, essa é a a letra A do avião!" Deixo a criança à vontade, digo que está certa, mas só me aprofundo no assunto se minha meta for o começo da mudança do uso de letra, posso questionar quem tem a letra no nome, pedir que tragam rótulos de casa onde a letra aparece, dentre outras atividades. Caso contrário não incentivo a continuação da conversa. Contudo a melhor opção é conhecer a turma antes, verificar o nível de desenvolvimento que as crianças já possuem e quais as habilidades que elas já desenvolveram. Lembre-se sempre de que NÃO EXISTE REGRA. Tudo depende da turma com a qual você está trabalhando. Considerar seus alunos é caminho certo em direção ao sucesso. Se você precisar de sugestões de atividades para um ou outro tipo de letra, ou mesmo para a transposição de uma para outra pode me pedir por e-mail que lhe envio com prazer.

Roda da conversa

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Roda da conversa

A roda da conversa é um elemento muito importante das aulas. Nela os alunos e professor interagem, se conhecem e desenvolvem habilidades da língua falada.
Costumo fazer a RODA todos os dias na primeira semana e só na segunda-feira posteriormente, ou no primeiro dia de aula da semana, caso haja feriado. No início começamos com coisas simples. Fazemos a roda para falar sobre o animal que mais gostamos, a cor que mais gostamos, o nome completo, a idade, o endereço, nome do papai, nome da mamãe, quantas pessoas mora na sua casa, se tem animal de estimação... Pois assim adquirimos informações das crianças, vemos o seu conhecimento sobre a própria vida, o que precisamos ajudá-la a melhorar na fala, observamos se tem algum distúrbio de fala e ainda promovemos o conhecimento e o introsamento da turma.

É muito importante que se comece com pequenas perguntas que permitam respostas curtas. As crianças se cansam rapidamente e promover debates logo no início torna a RODA cansativa e nada agradável, tanto para os pequenos como para o professor. A criança também estará desenvolvendo a capacidade de esperar a vez para falar e ouvir o que o outro está falando. Na segunda semana são permitidas perguntas de umas para as outras, mas só se quiserem.

Sempre incentive, mas NUNCA force uma criança a falar.

É na RODA que iniciamos a conversa para formarmos as regras da sala, bem como as consequências para quem não atendê-las. Quando estiverem prontas são afixadas em lugar visível a todos, para que possa ser consultada sempre que necessário. É claro que em turmas menores as crianças ainda não sabem ler, sugiro que sejam colocados desenhos junto com as regras escritas, não aconselho a colocar só desenhos, pois é uma ótima oportunidade para começar a letrar os meninos na escola e para a vida.
No decorrer do ano a RODA serve também para resolvermos problemas disciplinares, o que leva toda a turma a decidir juntamente com o professor. Em situação de briga, na qual o professor não pôde ver quem foi o culpado testemunhas são fundamentais. Além disso as crianças desenvolvem senso de justiça, certo e errado, ação e reação, causa e consequência, além de adquirirem mais responsabilidade por suas ações.

A RODA também ajuda a iniciar um trabalho, projeto ou aula, para verificar conhecimentos e também avaliá-los. Pode-se fazer uma avaliação prévia do que a turma sabe antes de iniciar um conteúdo, e sondar o que aprenderam com o que estudaram. Essa não deve ser a única forma de avaliação, pois crianças tímidas nem sempre comunicam tudo o que podiam, isso quando o fazem. Algumas estarão aprendendo a se expressar, podendo portanto, deixar esquecidos alguns detalhes ou comentários importantes. As avaliações escritas devem existir, mas também precisam ser bem elaboradas. Trataremos delas em um post à parte.

O mais gostoso da RODA é ver o crescimento dos alunos. Se possível, até para estudo e própria avaliação, grave algumas, intercalando as primeiras, as medianas e as últimas. Verá como as crianças desenvolvem a língua falada, a argumentação, o questionamento e a articulação. No final os alunos, mesmo os mais tímidos, gostam tanto, que lembram o professor caso ele tenha esquecido. É algo que vale a pena investir...

Recebendo as crianças

Já comentamos da importância da recepção dos alunos na escola. Atividades diferenciadas que proporcionem o conhecimento e o entrosamento entre os alunos, seus colegas e a escola. É comum que o professor apresente a escola aos aluno. Mostre a eles o prédio, apresente as pessoas, explique suas funções. Os alunos que já estudavam na escola podem ajudar na visita, contando o que sabem. Cuide para ser carinhosa com seus alunos, cultive sua paciência todo segundo, leve-os a pensar sobre o bom comportamento mirando-se no seu. Fale baixo, explique tudo. Não dê broncas nem coloque de castigo, a criança precisa sentir que confia em você.
Ainda trabalhando o esquema corporal, brincamos ao entrar e sair da sala. É uma forma gostosa de fazer a fila. Primeiramente defina como você deseja a fila... Particularmente eu prefiro a de ordem de tamanho. Tem professores que promovem uma verdadeira corrida ao fazerem a fila por ordem de chegada. Não gosto muito, acho as crianças muito imaturas, elas brigam e se empurram por um lugar... De qualquer forma a fila é uma preparação para futuras visitas e para a vida da criança na sociedade, no banco, na feira, na loja... Hoje em dia fugir de filas é complicado, muito mais para quem não possui internet.
Fazendo a fila - atividades para entrar e sair da sala
(valores humanos, coordenação motora, esquema corporal)
  • pé ante pé
  • na ponta dos pés
  • nos calcanhares
  • pulando com os 2 pés
  • pulando com 1 pé, ora direito, ora esquerdo
  • olhando para baixo, com o queixo encostado no peito
  • andando de lado, ora direito, ora esquerdo
  • andando de ré
  • com as mãos na cintura
  • com as mãos na cabeça
  • com as mãos na barriga
  • com as mãos para cima
  • com as mãos no bumbum
  • com as mãos na coxa
  • agachado
  • com as mãos no calcanhar
  • esticado (pés e braços)
  • rebolando
  • mãos abanando, ora direita, ora esquerda, ora as duas, ora para baixo, ora pra frente, ora para cima
  • mãos nos ombros
  • mão no nariz
  • mão na boca
  • mãos nas costas
  • mãos no peito
  • mãos no pescoço
  • mãos nos ouvidos
  • mãos nas pernas
  • mãos nos cotovelos
  • mãos nos joelhos...

Use a criatividade, mude ou aumente, crie e invente!

Primeiros dias

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Nos primeiros dias de aula o contato do professor com seus alunos é fundamental para o bom relacionamento que irá acontecer ao longo do ano. Enfeite a sua sala, coloque os nomes dos alunos nos enfeites, prepare surpresas para a sua turma, que podem ser brincadeiras e/ou lembrancinhas. Como trabalho em escola pública procuro por opções onde o gasto seja menor. As brincadeiras são ótimas, as crianças interagem, se conhecem e seus alunos aprendem que a escola é um lugar gostoso e divertido.
Algumas brincadeiras para fazer com a turma:
  • Telefone sem fio
  • Seu mestre mandou
  • Encosta-encosta
  • Estátua
  • Passa-passa
  • Corre cutia
  • Amarelinha
  • Pular corda
  • Mímica
  • Adivinhas

Onde você encontra mais brncadeiras:

Estamos começando mais um ano... Aguardem as atividades.