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"Ensinar não é transferir conhecimento..." Paulo Freire

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"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses." Sócrates

Conhecer

Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros." Bill Gates
 

Educar

domingo, julho 08, 2012

São tantos os meus pensamentos quando penso em educar um aluno... Seja ele criança, adolescente ou adulto. Eu educo? Ou ele se educa e eu auxilio nessa educação? Eu formo alguém? Eu realmente ensino algo?
Como dói para mim ouvir alguém dizer: "Eu transmito conhecimento." Esse "transmito" me soa tão prepotente quanto ignorante. E me corta por dentro, como uma faca afiada cheia de dentes.
Então penso nos pais que deixam seus filhos na escola, no que eles esperam de nós. Penso nos pequenos, no que eles esperam de nós. Lembro do que eu esperava da escola.
Penso no que os adolescentes esperam. No que os adultos esperam.
Todos tem tantas expectativas tão diferentes... E temos um currículo único, em um tempo único, para todos.
Assim nascem as cobranças, as angústias, as frustrações.
Será que sempre foi tão difícil ser professor?
Vejo colegas tão saudosos... Do tempo em que fazer o para casa era obrigação do aluno, estudar para as provas também. Do tempo em que férias eram férias... Não havia recesso.
Aqui em Ribeirão não vejo ninguém dizer: "Coitada, ela é professora!", mas lá em Uberaba, eu ouvia isso direto. Não sei bem se por causa do salário, que lá é uma miséria e ainda é maior do que em muitos lugares do nosso país, ou se por causa das condições, ou ainda se por causa da banalização da nossa profissão mesmo.
E ainda penso...
Quem nesse país... dos que estão trabalhando e dos muitos que não estão, que não estiveram conosco? Quem não precisou que lhes ajudassem a segurar um lápis? A saber onde era a linha? Como virava a folha e segurava o livro de histórias? Quem não ouviu a recomendação para comer de boca fechada e para lavar as mãos antes e depois de usar o banheiro? Quem não ouviu um "Tente de novo, querido! Você é capaz!"?
E então me pergunto: Onde foi que deixamos de ser necessários? Quando foi que nos deixamos desvalorizar tanto a ponto de termos de assumir papéis que definitivamente não são nossos e que nos fazem deixar o nosso papel ficar a desejar tanto assim? Opa! Qual é mesmo o nosso papel?